“E aconteceu naquele mesmo dia que viream os servos de Isaque, e anunciaram-lhe acerca do negócio do poço, que tinham cavado, e disseram-lhe: Temos achado água.” Gn 26.32
São vários os textos bíblicos que descrevem a busca do ser humano desde a antiguidade por esse bem natural tão importante: a água. Mas o que podemos notar no texto bíblico acima é que naquele tempo e região a água não era assim tão fácil de conseguir. Diferente da praticidade que temos hoje em nosso país, com as bombas hidráulicas, encanamentos, torneiras, chuveiros e descargas, para se obter um simples cântaro de água era necessário, no mínimo, o deslocamento até o poço mais próximo, esforço físico para tirar dele a água e o transporte do recurso tão necessário no cotidiano de todos.
Isso nos leva a crer que o uso da água naquela época deveria ser bem mais consciente do que vemos nos dias atuais. A acessibilidade e praticidade que temos hoje para obtê-la, produz a falsa impressão de que podemos esbanjar pois está aqui dentro das nossas casas, bem acessível, basta girar o registro e… aí está a água. Nesse contexto a acessibilidade alimenta o desperdício.
Parece exagero preocupar-se com isso em um planeta que tem 75% de sua superfície coberta por água. No entanto, o que muitos não sabem é que a maior parte desse volume, 97%, encontra-se nos mares e oceanos – água salgada, imprópria para o consumo humano e para a produção de alimentos. Dos 3% de água doce restante, 2% estão inacessíveis congelados em calotas e geleiras, e apenas 1% encontra-se distribuído na atmosfera, lençóis subterrâneos, lagos e rios. É desse 1% que mais de 6 bilhões de seres humanos obtêm a água que precisam para sobreviver. No entanto, parte desse 1% já está poluído por esgotos e resíduos industriais, tornando-a imprópria para o consumo.
Alguns especialistas afirmam que, se o consumo de água continuar nos níveis atuais, considerando o alto desperdício e o ritmo com o qual as principais fontes de água potável estão sendo poluídas e contaminadas por consequência da ação humana, num futuro próximo enfrentaremos sérios problemas de falta d’água. Diante dessa realidade todos nós devemos assumir uma nova forma de pensar e agir, mudando nossos hábitos e desenvolvendo formas de economizar água.
Além de colaborar com o meio ambiente, a prática da economia de água e seu consumo consciente, podem gerar uma boa economia na conta de água no final do mês. Pequenas atitudes como reduzir o volume da descarga do banheiro, fechar a torneira na hora de escovar os dentes e manter o vaso sanitário, torneira e encanamento sem vazamentos são atitudes simples, que ajudam não só o planeta, mas também o orçamento.
Seguindo essa tendência muitas empresas e instituições tanto públicas e privadas estão substituindo seus tradicionais modelos de descargas e torneiras, por modelos ecologicamente eficientes. Esse investimento associado a campanhas de conscientização é exemplo dos esforços que estão sendo feitos para educação da população sobre a importância da água e necessidade de preservação desta como recurso essencial para o desenvolvimento humano e econômico.
Considerando a diferença de preço entre uma válvula de descarga comum e os modelos ecológicos, e que não é necessária alteração estrutural para a instalação, este é o tipo de investimento cujo retorno é percebido a médio prazo (aproximadamente 6 meses), resultando em ganhos ambientais e econômicos, levando em conta que a previsão de economia gerada com a substituição gira em torno de 40% do volume de água consumido ao mês.
Com uma boa dose de vontade e planejamento é possível levar essas alternativas para o ambiente domiciliar, ou até mesmo para nossas Igrejas, já que nós cristãos temos o compromisso de sermos exemplo de cidadão, sobretudo conscientes de nosso papel em relação aos recursos do Meio Ambiente que nos foram entregues por herança pelo Criador de todas as coisas, inclusive da água.
Ana Cristina Ferreira de Moura
Gestora de Recursos Humanos e de Meio Ambiente
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